Semana passada eu li um artigo de uma moça Brasileira chamada Fabiana Pedroso
Onde falava sobre a diferença de uma pessoa para outra.
Isso me fez pensar muito sobre tudo que já vivi e o que estou vivendo hoje.
Muitos usam a palavra sorte, eu uso trabalho duro e dedicação
Muitos usam a palavra fácil, eu uso possível e persistência
Enquanto muitos acham impossível, eu continuo achando difícil mas sigo em frente tentado.
Eu não sou uma pessoa que faz muitos projetos, eu tenho uma ideia e logo quero por em prática.
Nem tudo pode dar certo, mas tudo é possível e o que der certo eu continuo fazendo e consertando o que deu errado no meio do caminho.
Filha de pai lavrador e mãe doméstica, eu tinha tudo para dar “errado”. Sou a quinta filha de uma família pobre do Sul de Minas. Onde as 3 irmãs e 1 irmão mais velhos, estudaram somente até a 4 série de Grupo, (Como era falado no passado rrs), minha vida estaria fadada a me casar super jovem, com alguém da minha cidade e estar hoje tendo a vida cheia de restrições.
Não me entenda, mal, eu não tenho vergonha nenhuma de falar sobre minhas raízes. Não mais… Confesso que durante minha adolescência essa realidade era dura, pois a sociedade Brasileira separa muito bem as classes e ser pobre e adolescente era uma combinação dolorosa pra mim.
Mas ainda bem que a gente pode mudar de ideia é essa é uma arma poderosa que temos e devemos usá-la de forma inteligente sempre que possível.
Hoje eu só tenho a agradecer a meus pais e a vida simples que tive, pois me fazem valorizar tudo que tenho e sou hoje. Me fizeram ser mais pé no chão, e o exemplo de carater, honestidade e trabalho que tive de meus pais, eu carrego pra sempre e passo para as minhas filhas.
A minha caminhada até aqui, me faze ter certeza de que tudo é possível se você quer mudar o rumo de sua história.
Bom, com esse resuminho aqui acima, vocês podem ver que não foi sorte e nem fácil pra mim.
Uma caipira da roça do Sul de Minas, quebrar as barreiras de uma ignorância arraigada, concluir colegial, fazer universidade de Administração na capital Belo Horizonte e trabalhar na maior operadora de telecomunicações do Brasil, era um sonho que não existia pra mim e muitos não conseguiam me ver concretizar nenhuma dessas etapas, mas foi acontecendo naturalmente.
Quando eu decidi vir para a Nova Zelândia, não foi porque eu estava “lascada”no Brasil . De jeito nenhum, eu estava no meu melhor momento profisional, amava meu trabalho, tinha um excelente relacionamento com todos de minha equipe e meus superiores, que, por sorte no final de minha carreira no Brasil, tive um lider que eu admirava muito. Que acreditava no meu trabalho sem ficar me perturbando por produção e sempre me dando novos desafios. Eu também tinha uma vida confortável, podia tirava férias fantásticas em todo Brasil, por que já tinha um salário muito bom. O que mais eu queria?
Eu queria ter de volta a vida simples que tinha na roça, a simplicidade de poder ser quem eu sou e quem eu quiser. Sem ter ninguém com vergonha se eu seria cabeleireira ou se tinha um cargo elevado na Oi (Sim eu tive um salão de beleza antes de inciar a faculdade).
Eu queria poder não me preocupar com o que eu estava vestida, o que eu estava fazendo como trabalho, porque pra mim tudo é digino, mas issoé muito difícil no Brasil.
Vir para a Nova Zelândia, me fez “voltar” minhas raízes após anos vivendo em BH. Pois apesar de tudo estar indo bem, eu estava inundada pelo consumismo brasileiro e pelos rótulos profissionais, status, super egos e vaidade… E Isso estava me sufocando e eu queria mudar.
Na minha chegada a Nova Zelândia meu coração se encheu de felicidade, de poder ver a leveza deste lugar. Onde a divisão social não é tão severa quanto vemos no Brasil.
Aqui um pedreiro, um cleaner ou um garçom tem condições de uma vida digna e não é julgado por status.
Trabalhei nos primeiros anos como peão porque não falava Inglês, mas logo que a zona de conforto estava muito “confortável”, eu resolvi dar um passo a frente e foi então que eu voltei a atuar na minha área de formação, e depois com o governo da Nova Zelândia e hoje tenho meu próprio negócio que vai bem, muito obrigada.
Parece que foi tudo fácil né? Mas não foi, e que bom que não foi, pois cada conquista tem o sabor de vitória, assim como cada refeição tem o gosto ainda melhor quando se enfrenta longos jornadas de trabalho.
Eu tenho dificuldade de dar os créditos que eu realmente mereço em muitas situações. Mas agora olhando pra trás e vejo tudo que eu conquistei (sozinha) eu vejo que sou uma vencedora e que tudo vale a pena.
Por isso minha gente, antes de criticar, coloque -se nos sapatos do outro.
Antes de invejar, veja se está disposto a passar por todos os caminhos que o outro passou.
Antes de falar eu não consigo, tente, pois se não tentar o não você já tem.
Leia o artigo da Fabiana acima e comece seu projeto de mudança de vida. E se a minha história servir de motivação, use como exemplo de que tudo é possível.
Uma ótima semana a todos.
Grande abraço daqui da Nilzila.